Foice

A brincar com homofonias... mas a leitura da notícia publicada hoje no jornal Expresso "PC francês tira foice e martelo dos cartões de militante" dá que pensar. A modernidade está a atingir disparates supremos e traições ainda maiores. O que se terá de modernizar a seguir? A Cruz de Cristo? O Crescente de Maomé?

Não! Traição suprema para milhões de pessoas que no século passado lutaram e morreram (e também mataram, tal como todos os outros) por uma utopia e ao mesmo tempo construiram um mundo para pelo menos duas gerações usufruirem em paz, liberdade e segurança económica e social. Trabalho, se não para todos, para muitos, saúde idem aspas, reformas igualmente. Se não fosse pela foice e o martelo (e a tentativa da sua negação) a sociedade actual seria completamente diferente e, pela maneira como as coisas vão no mundo ocidental, o que se conseguiu evitar durante 100 anos está a vir agora ao de cima numa antevisão de pobreza intelectual, económica e social. "Modernizar" é não mais do que a retórica do século passado descrita pelos que lutaram contra, como "vender-se ao grande capital". Excelente e precisa descrição... e quem argumentar, ou já se vendeu ou tem intenções de fazê-lo a curto prazo.

Para relembrar aqui fica o símbolo do (im)possível

Boa sorte!



Comentários

  1. Viva Zé Paulo.

    Bem apanhada esta história. Sinal dos tempos, muito maus por sinal.
    Valha-nos os nossos PC,s, que, apesar da sua ortodoxia, da maneira como isto anda, parte do que dizem faz algum sentido.
    Contudo, convêm não esquecer a orientação da nomenclatura vigente, recordando o jovem e não menos prometedor dirigente comunista, o Bernardino Soares, que, em estado de catarse avançada referiu em entrevista ao DN que: “Tenho dúvidas de que a Coreia do Norte não seja uma democracia”, (sic)!
    Esclarecedor sobre as concepções deste rebento da democracia - tinha 4 anos no “25”.

    A “dúvida” do jovem foi de tal ordem que o, mesmo pretendeu que a entrevista não fosse publicada. Sem sucesso.

    Dum admirador confesso do regime do facínora Kim Jong-il (há dúvidas?) e respectiva dinastia, não se esperaria outra coisa.

    Sr. Doutor Bernardino Soares, dê o exemplo aos seus camaradas, seja pioneiro, tal como o sr. Mahmoud Ahmadinejad que se ofereceu para ser o primeiro astronauta do seu país, vá para um campo de trabalho da Coreia do Norte.
    No tempo da antiga CCCP, chamavam-se “gulags”.

    Aquele abraço,e fraterno, do
    João.

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  2. João Gulags haverá sempre mas os mais perigosos são aqueles que nos são vendidos com rótulos enganosos.

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